Fazendo História

Primeira Estação:

Convido a todos fazer parte deste passeio pela Vida, já que para fazer história é preciso ter passado pela vida e deixado sua marca. Assim, desde filósofos, políticos e mártires até escravos, indígenas e o tocador de tuba no coreto fazem parte desta viagem que quer retratar a cultura costurada durante o tempo dos Homens.
Aproveitem da viagem!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

HISTORIA DO BRASIL




O Governo de JK

Com a morte de Getulio, toma posse o vice Café Filho, que apoiou aquela cúpula oposicionista de Getulio, não havendo assim luta política no governo. Em 1955, foram lançadas novas eleições com a união do PSD e do PTB, que lançaram Juscelino Kubistchek a candidatura, sendo então eleito.

Ainda assim a UDN e o setor militar se opuseram fortemente a posse de JK, mais uma vez surgiu a tentativa de interrupção do processo democrático pelos militares.

Aconteceu então o golpe preventivo do Marechal Teixeira Lott para garantir a posse de JK em 1956.

O governo de Juscelino que começou com tantas incertezas, caminhou de uma forma relativamente estável e com muitos apoios. Juscelino conseguiu reunir amplos setores da população, isso sobretudo através de um programa de metas que mudava um pouco os rumos da política econômica. Juscelino passou do nacionalismo econômico a uma espécie de desenvolvimentismo econômico, a diferença era o incentivo aos investimentos privados coincidindo com a introdução da indústria automobilística no país (a Volkswagen do Brasil).

A construção de Brasília no centro do país representou a realização de um velho sonho que vinha desde a primeira republica. Foi algo impressionante, construído onde não havia nada, no cerrado central onde foi erguida uma cidade toda planejada a partir do trabalho de Oscar Niemeyer e Lucio Costa, de tal forma que Brasília se tornou um emblema do avanço da civilização com seus problemas e virtudes no Centro-Oeste do país.

Um comentário:

  1. Gostaria de dar minha contribuição ao tema a partir do texto de Heloisa Helena Cardoso Pacheco, “Os anos dourados: memória e hegemonia.”, onde percebemos a forma como são criadas, como se mantém, e a quem interessa certas construções da memória a respeito de fatos da historia oficial sobre determinado período no tempo. No texto em tela, a autora faz uma pesquisa sobre a forma grandiloqüente que a imprensa, a mídia, e ate discursos políticos do presente trata de uma época no passado recente do Brasil, os anos JK. Neste período grande parte dos historiadores enxerga o nascimento de um país desenvolvimentista, inserido num incipiente projeto capitalista mundial que se consolida a partir do termino da 2ª guerra mundial, e tinha no planejamento econômico, as bases do desenvolvimento. Por meio do Plano de Metas, previa incentivo e investimentos, inclusive de capital externo para a indústria de base, transportes e outras áreas estratégicas do país.

    Neste cenário de novas possibilidades, apresenta-se a construção de Brasília, projeto inédito e corajoso de levar os espaços físicos do poder governamental para o interior do país.
    Esta mudança tem em si um simbolismo próprio, ou seja, a novidade de dar uma nova centralidade ao poder executivo, legislativo e judiciário, e tem como objetivo afastá-lo do eixo Rio/São Paulo e assim aproximá-lo do resto do país. A nação precisava de um símbolo desta nova era de prosperidade que se enxergava no horizonte imediato e este símbolo era Brasília e seu principal mentor o “herói” Juscelino Kubitschek.

    Por conta desta conjuntura que aliou fatores favoráveis, tanto econômicos e políticos, com anseios populares por desenvolvimento nacional, criou-se um clima de mistificação sobre o período do governo JK, que esta presente na mídia, na imprensa, entre as produções acadêmicas, documentários, etc. Esta mística recria no presente, a memória positivista daquela época, e mantém hegemônico o mito do herói, atribuído a Juscelino Kubitschek. E para assegurar que a memória oficial sobre este feito e seu principal personagem não corra o risco de se perder na voracidade dos seculos, foi criado o Arquivo Publico do Distrito Federal que mantém registros detalhados composto de várias fontes, em forma de documentos, fotos, filmes, e depoimentos orais entre outras fontes.

    E é exatamente na oralidade que a autora vai cruzar informações da memória oficial com as lembranças da memória individual no sentindo de reinterpretar essa época a partir do olhar de personagens comuns que vivenciaram esta realidade de outro ângulo, não tão próximo ao poder instituído como na historia oficial, pessoas que estiveram presente no cotidiano da construção, nos canteiros de obras, nos comércios, nos prostíbulos, naquela parte da historia que geralmente não aparece nos livros didáticos ou trabalhos acadêmicos. Este novo olhar para estas outras dimensões da realidade além daquelas ditas ‘oficiais’ provoca a criação de novas construções de memória, estas mais integradas com o cotidiano de quem as vivenciou e por isso mesmo, com mais possibilidades de interpretações múltiplas das várias dimensões da realidade.


    Conclui-se pelo exposto no texto, que o fenômeno JK é uma construção de memória que está sendo permanentemente revisitada pelo presente por conta do simbolismo que evoca no sentimento de identidade nacional, tanto nas publicações acadêmicas como nas produções da mas-mídia. Também se mantém forte no imaginário do homem comum que identifica no passado de desenvolvimento e otimismo que permearam “Os anos dourados” uma alternativa viável para o presente, seja pela falta de projetos nacionais que tenham hegemonia na sociedade como no tempo de JK, ou talvez por conta da pós-modernidade que acomoda as situações e indivíduos num imobilismo confortável.

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