Fazendo História

Primeira Estação:

Convido a todos fazer parte deste passeio pela Vida, já que para fazer história é preciso ter passado pela vida e deixado sua marca. Assim, desde filósofos, políticos e mártires até escravos, indígenas e o tocador de tuba no coreto fazem parte desta viagem que quer retratar a cultura costurada durante o tempo dos Homens.
Aproveitem da viagem!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

PROJETO MUSEU



PROJETO: O ENSINO DE HISTÓRIA EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES – MUSEU

Tema: Imigração de trabalhadores europeus e japoneses ao Brasil, desde o final do século XIX.

Turma: 8ª serie

Duração: 5 aulas

Justificativa: Promover a busca das identidades individuais e coletivas, constituindo-se em espaço de expressão e reconhecimento da diversidade brasileira por meio de resgate, preservação e disseminação da história e da memória das migrações no Brasil.

Objetivos: Diante do contato com o material do acervo histórico disponível nas exposições do Museu, o aluno poderá transferir-se para uma época distante da atual, o que o auxiliará a compreender os aspectos sociais e econômicos vigentes naquele momento, as expectativas e interesses relacionados a tal época histórica, alem de reconhecer a importância deste contexto histórico para a formação da sociedade miscigenada e culturalmente diferenciada que temos hoje no Brasil.

Atividades:

· O primeiro passo deve ser o agendamento de ma data para a visitação do museu e uma visita preliminar do professor para se interar do acervo e do funcionamento do museu. Preparar as condições da viagem com a empresa de ônibus contratada.

· Em sala de aula, o professor deverá apresentar a temática e a introdução do conteúdo a ser estudado a respeito da Imigração. (2 aulas)

· Elaborar uma autorização formal para ser entregue aos alunos a fim de que seja dirigida e assinada pelos pais.

· Antes da visita, preparar os alunos para a visitação ao museu, destacando as condições de comportamentos compatíveis a esta visita, assim como o conteúdo a ser apreendido e uma sugestão de analise a ser identificada e anotada pelos alunos. (1 aula)

· No dia da visita, receber o motorista, tirar as duvidas sobre o trajeto, aguardar a chegada dos alunos até o horário marcado, organizar a acomodação no ônibus e fazer a chamada. Prosseguir com atenção aos alunos durante todo o trajeto. Chegando ao destino, apresentar a documentação da escola à administração do museu e aguardar o acompanhamento dos guias. Prosseguir a visitação junto com o grupo, chamar a atenção para o respeito ao patrimônio histórico e as condições disciplinares a serem seguidas durante a visita. Ao final da visita, reunir todos os alunos, fazer nova chamada e seguir o caminho de retorno.

· Na aula seguinte, estimular os alunos a dar suas opiniões sobre a visita, discutir sobre as atividades feitas e distribuir um exercício de analise dos conceitos a ser entregue como avaliação.

· Na ultima aula fazer uma panorama geral do conteúdo estudado, abordando as conclusões para a temática estudada.

Fontes: Memorial do Imigrante

Quais documentos históricos estão presentes nesse Museu?

· Inaugurada oficialmente em 1888, desde 1887 a Hospedaria recebeu, registrou, acolheu e encaminhou as levas de imigrantes que chegaram a São Paulo.

· Prédio da Hospedaria dos Imigrantes no bairro do Brás-SP, com alojamento representativo das condições da época.

· Estação Ferroviária, simuladora do processo de traslado dos imigrantes desde o Porto de Santos até a estação do Brás, onde eram dirigidos à Hospedaria para abrigo e registro antes que fossem encaminhados aos locais de trabalho nas fazendas de café do interior ou nas industrias da capital, com passeio de Locomotiva a vapor para os estudantes.

· Listas de Embarque e Desembarque de Passageiros no Porto de Santos (SP)

· Livros de Registro de Imigrantes e Migrantes

· Acervo de objetos - Roupas típicas; Instrumentos de trabalho; Móveis, utensílios de cozinha, diversos tipos de enfeites e adornos; Equipamentos como balanças, microscópios, instrumentos médico–cirúrgicos e dentários, entre outros; Mobiliário da antiga Hospedaria; Moedas e objetos de uso pessoal

· Acervo de fotos, pinturas e imagens históricas - As imagens produzidas por Fotógrafos anônimos entre o final do século XIX e a década de 1960, registram as diversas etapas do processo imigratório: embarque no país de origem; trajeto, com imagens captadas a bordo de navios; desembarque nas cidades de Santos e do Rio de Janeiro; fachada e instalações da Hospedaria de Imigrantes; trabalho no campo e trabalho urbano. Produzidas principalmente entre as décadas de 1930 e 1940, registram as atividades ligadas aos serviços de colonização e recepção de mão–de–obra.

  • Acervo de Depoimentos - O acervo de História Oral registra depoimentos de imigrantes das mais diversas nacionalidades. O material gravado em vídeo é aberto aos visitantes que podem realizar consultas por meio de versões transcritas e de cópias (DVD) das entrevistas. Atualmente, o acervo conta, aproximadamente, com 500 entrevistas

· Documentos pessoais: Abrangem o período entre as primeiras décadas do século XX até os anos 1950 - Passaportes; Cartas de Chamadas; Carteiras de Trabalho; Correspondência Pessoal.

· Mapas e Plantas: Início do século XX até a década de 1960. Mapas de Levantamento Topográfico do Estado de São Paulo; Mapas de Núcleos Coloniais e Áreas de Colonização; Mapas de Medição de Índices Pluviométricos; Mapas de Serviços de Imigração e Colonização; Plantas de Lotes em Núcleos Coloniais e Áreas de Colonização do Litoral Sul; Plantas de Fazendas; Plantas da Hospedaria de Imigrantes.

Quais informações esses documentos permitem conhecer?

O Museu da Imigração, com todo seu acervo e prédios conservados, permite aos visitantes a sua entrada num mundo retroativo e imaginário de uma realidade passada no início do século XX, assim são reunidos e dispostos em salas diferentes, todo o material guardado daquela geração de trabalhadores, que por motivos diversos, deixaram o seu país de origem para tentarem uma vida nova no Brasil, que também se transformava política e economicamente, gerando, portanto uma necessidade de mão de obra para as lavouras de café e para a incipiente industrialização deste país. O material disponível no museu conta com um acervo riquíssimo de informações e registros da época, o que permitirá que os alunos participem e compreendam toda a vivencia discorrida por esta população que veio compor nossa miscigenada identidade como brasileiros.

Avaliação: Depois da visitação, os alunos devem fazer uma analise própria seguindo as especificações de um relatório da visita e pesquisa feita no museu, e deverão entregar ao professor como forma avaliativa dos objetivos que foram propostos no início da atividade.

Referências Bibliográficas:

http://www.memorialdoimigrante.org.br/portalmi/

http://www.memorialdoimigrante.org.br/portalmi/arquivos/Memoria_%20do_Imigrante_Guia%20de%20acervo.pdf

http://www.cidadedesaopaulo.com/sp/br/o-que-visitar/pontos-turisticos/203-memorial-do-imigrante

PRÁTICAS DO ENSINO DE HISTÓRIA



TRABALHO DO DOCENTE EM HISTÓRIA

O tema central deste trabalho irá questionar as práticas do ensino de história que se descortinam no Brasil atual. Para isso, serão levadas em consideração diferentes abordagens que se apresentam em três obras desenvolvidas por profissionais da área de educação, preocupados com questões relativas ao processo de construção do conhecimento histórico nas esferas escolares. Conhecimento este, ligado a valores políticos e sociais pertencentes ao papel do docente na interação educativa com os estudantes.

Destacaremos, portanto, a análise dos seguintes textos: Sobre a norma e o obvio: a sala de aula como lugar de pesquisa, de Paulo Knauss, a resenha feita por Helenice Aparecida Bastos Rocha, a cerca do livro História e ensino de história, de Thais Nívia de Lima e Fonseca, e finalmente o texto O Ensino de História e a Construção da Cidadania, de Selva Guimarães Fonseca.

O texto de Paulo Knauss faz parte do livro Repensando o Ensino de História, que põe em foco o papel social do professor, numa critica aos antigos sistemas pedagógicos que o transferiam a responsabilidade de atuar como agente doutrinador dos estudantes, em conformidade com as estruturas sociais e políticas do Estado. Hoje podemos perceber que mesmo com o distanciamento do saber normativo na educação, estas estruturas ainda permanecem vigentes no contexto do ensino.

Desta forma, o autor apresenta a tese de que o conhecimento é formado através da experiência dos homens diante de sua relação com o mundo, provocando sua atitude crítica e questionadora frente às formas de existência humana. Assim, para que o estudante possa fazer parte do mundo como sujeito histórico, dentro do processo de construção do conhecimento, é necessário que este tome parte neste processo como agente investigador dos objetos de seu conhecimento. A escola e seu corpo docente assumem desde então uma perspectiva mediadora da comunicação como forma de assegurar o ensino dentro do âmbito da pesquisa.

A seguir, o autor repassa um pouco da analise crítica das estruturas pedagógicas tradicionais aplicadas ao ensino no passado, que distanciava o aluno das discussões históricas, privilegiando a educação pautada em valores normativos e a uma conceituação do conhecimento pronto e definido pelo saber cientifico e acadêmico. O professor Paulo diz ser necessária a superação do modelo educacional que formava sujeitos passivos e acríticos, sustentados pelo livro didático. Por isso, o uso dos documentos tornam-se importantes materiais para o trabalho em sala de aula. Tais documentos podem abranger além dos textos narrativos, diversas fontes iconográficas que auxiliam nas formas de assimilação do conhecimento dentro do processo de aprendizagem que passa pela “percepção, intuição, crítica e criação”. Neste processo os conceitos históricos tornam-se problemas dignos de serem discutidos e reconstruídos em classe, a fim de que os alunos possam formular sua visão de mundo conforme a orientação didática do professor.

Toda aprendizagem deve ser entendida como um processo descontínuo e diferenciado, que será montado diante do objeto de pesquisa, no qual o professor é quem estabelece os questionamentos, enquanto o aluno constrói seus conceitos a partir da análise das fontes, o que liberta o ensino das formas normatizadoras do livro didático e do mercado editorial.

O aluno em contato com as diferentes fontes históricas aproxima-se destas realidades dentro de uma atitude comparativa de valores e desde então podem produzir seus próprios textos analíticos. Assim a História relaciona-se um pouco mais com os objetivos da Filosofia, quais sejam os da arte do questionamento e da argumentação lógica e construtiva.

A resenha do livro História e ensino de história faz uma análise que busca destacar a temática da disciplina de História na educação, levando em consideração o desenvolvimento da História aplicada na área escolar durante a estruturação do ensino na História do Brasil.

O livro de Thais levanta questões da possibilidade de abranger o uso interdisciplinar da pesquisa em História e em Educação, como forma de aproximação cultural dos alunos com as fontes documentais.

Num primeiro momento, a autora busca referencias na historiografia do século XX, lembrando das tendências educacionais de abordagem da disciplina Historia, que estiveram vinculadas a Sociologia, assim como à tradição historiográfica que tinha no patamar estatal seu maior pressuposto uma vez que os currículos escolares, limitados pelo Estado, determinavam em grande parte, a intenção de valoração das políticas publicas. Desta forma, a História não pressupunha uma construção de conhecimento, e sim a legitimação do sagrado e do heróico, impassível de contestação.

A autora também levanta a questão da disciplina de historia desenvolvida sob influencia européia e mais especificamente, francesa, que indiscutivelmente distanciava-se da realidade local, vista sempre, pelos europeus como um todo indistinto e aculturado.

Voltando-se para as temáticas da historiografia atual, Thais alerta para um distanciamento entre produção acadêmica e escolar, e também a uma pesquisa acadêmica que se volta para temáticas atuais, deixando de lado, muitas vezes a longa caminhada histórica que deve sempre ser revista.

Thais alerta que hoje também os PCNs propõem uma formação educacional limitadora de conflitos. Já ao final do século XX, o interesse da educação tende para a formação de um ensino de História democrático e participativo onde se insere desde então a participação da Historia Cultural como decisiva para a formulação da nova escola, que tem como pressuposto a interação do aluno na criação do conhecimento, e utilizando-se de uma forma dialogada e aproximada da realidade atual dos estudantes.

O terceiro texto aqui analisado trata de questões do fundamento educativo da História como disciplina formadora da identidade dos novos cidadãos, ou seja, nossos estudantes, que participam da construção do conhecimento como sujeitos históricos, envolvidos em um contexto social de lutas políticas e culturais.

Segundo a autora, Selva Guimarães Fonseca, a relação entre o ensino de historia e a cidadania foi conceituada conforme os diferentes contextos históricos específicos de cada fase da história social e política de nosso país. Desta forma, a historiografia de um passado não muito distante, assumia uma fundamentação positivista, metódica, eurocêntrica e linear, enquanto no Brasil eram enfatizadas as figuras heróicas da nação, que para a autora, este ensino tradicionalista foi responsável pela idéia da exclusão do homem comum do contexto histórico e social, o que o afastava do sentido de cidadania plena.

Desde a redemocratização, o Brasil passou por um processo de transformação social e moral referente ao conceito de cidadania, que foram refletidos nos domínios curriculares da escola. Os novos objetivos dos “PCNs” foram os da formação de cidadãos dentro do sistema democrático. As novas teorias históricas eram influenciadas pelo marxismo, onde as idéias de progresso e evolução ainda prevaleciam como ideais sociais. Neste sentido, o homem continuou vinculado ao status de agente do trabalho subjugado ao corporativismo capitalista.

Uma visão mais recente da História atribui-se da necessidade de trabalhar com temáticas e problemas para levar a uma aproximação do homem-cidadão de seu contexto social, no qual pode agir dentro de um campo de possibilidades históricas, assim a cidadania passa a representar um processo de construção ativa de caráter humano. A História é contada agora dentro de um patamar de contradições e fragmentações, por isso é digna de uma análise crítica, a fim de contribuir para a formação de uma sociedade mais disposta a igualdade e a cooperação.

Diante destes estudos podemos enxergar uma nova perspectiva do ensino e do docente de História, que hoje se apresenta como problematizador dos conceitos, levando o aluno a integrar-se à sociedade como sujeito histórico, além de estimular a criação de opiniões dentro da pesquisa história de diversas fontes possíveis. Assim a História deve ser contada e recontada a cada momento, gerando diferentes formas de entendimento.

BIBLIOGRAFIA

NIKITIUK, Sonia L. (0rg.) Repensando o Ensino de História. 5 ed. SP: Cortez, 2004. p. 29-50

FONSECA, Thais Nívia de Lima e. História e ensino de história. Belo Horizonte: Autentica. 2003.

FONSECA, Selva Guimarães. Didática e pratica de ensino de história. 4 ed. SP: Papirus, 2005. p. 89-96

O PODER ESPIRITUAL NO ORIENTE MÉDIO




O PODER ESPIRITUAL NO ORIENTE MÉDIO

Poder Espiritual é o que permite um controle efetivo da moral e consciência numa comunidade inserida nos dogmas de certa ndivíduos desta comunidade possam agir de forma autônoma, justamente por firmarem-se em uma estrutura de organismo social pautada na ética de sua fé, que têm uma formação de longuíssimo prazo, como o Islamismo de cerca de 1400 anos e o Judaísmo de mais de 3000 anos, estes são levados a seguir os dogmas de sua religião independentemente de uma opinião própria, que neste caso não é possível que exista.
Nas reportagens selecionadas da Revista Atualidades – Vestibular + ENEM, edições 9 e 10, levantamos a questão do Poder Espiritual que vigora Oriente Médio há muitas gerações e desde os tempos da antiguidade serve de palco para diversos conflitos internos entre as diferentes etnias que convivem num mesmo território e externos contra o domínio do capitalismo nestas regiões. Este é um território cercado de contradições que resultam numa efetiva Guerra Santa, mesmo que disfarçada em questões político-militares.

A Revolução Islâmica
Esta é a temática da primeira reportagem pesquisada, que a principio aponta para a comemoração do 30º ano da instauração do regime dos Aiatolás no Irã.
A reportagem faz um breve histórico das condições de revoltas internas que levaram a cabo a ascensão dos xiitas ao poder do Irã.
Vale ressaltar a explicação dada sobre o significado dos termos islâmicos: Aiatolás - Líder Supremo do governo e Xiitas - religiosos muçulmanos extremistas. Estes são apresentados como parte da casta fundamentalista que apoiada pela maioria da população, sobrevive com força no Irã.
O texto apresentado aborda o contexto da Revolução Islâmica sob uma visível ótica ocidental destacando assim as relações de governos capitalistas do mundo, como da Inglaterra e Estados Unidos em intenso desacordo com a realidade espiritual em que se organiza o governo islâmico. Aqui vemos claramente as diferenças que se estabelecem entre o Poder Econômico do bloco Ocidental, com interesses básicos na exploração do petróleo do Oriente Médio e por outro lado, o Poder Espiritual da Republica Islâmica que não cede às pressões econômicas do mundo ocidental, já que suas intenções estão na manutenção de seu controle espiritual na região.
Dentro do próprio organismo de governo islâmico existem dissidências entre os grupos políticos que por um lado apóiam a abertura ao mercado internacional, os moderados, e por outro, o grupo fundamentalista que até hoje se mantêm em defesa do ideal islâmico, não dando margem a aproximações diplomáticas dos governos ocidentais.
Toda essa perspectiva conflituosa existente no Islã e entre este e o mundo ocidental sempre foi razão de muitas duvidas e curiosidade para os estudantes, que certamente tem dificuldade em compreender as reais causas de tais relações conflituosas, uma vez que fazem parte de um diferente contexto de vida e experiência moral, que sendo democrática sugere uma disponibilidade maior para acordos e interações entre os governos. Desta forma tal reportagem vem contribuir em grande parte para dar subsidio ao entendimento das condições e perspectivas nas quais se compõe estas outras sociedades, distantes, conflituosas e pouco racionais, mas essencialmente espiritualizadas.

Israel e Palestina
A segunda reportagem, da mesma revista Atualidades, edição 10, traz a temática do povo de Israel e dos conflitos na Palestina.
Neste caso vemos dois povos extremamente religiosos, mas com diferentes princípios morais – os Judeus e os Muçulmanos palestinos, que desde a criação do Estado de Israel, em 1948, com a ajuda da ONU, tiveram de conviver e disputar um território dividido entre varias religiões, que por esta mesma razão estimulam suas relações conflituosas.
O texto leva em conta um pouco da historia do povo judeu, que desde a Antiguidade fora perseguido por diversos regimes e impérios, além de ter sido vitima do holocausto, por isso, uma vez que conseguiram se estabelecer na terra de Canaã – a terra prometida aos judeus no Antigo Testamento bíblico, este povo realmente pensava finalmente possuir sua terra “sagrada”.
Entretanto o problema deste território é que desde a formação das primeiras civilizações humanas, este local no qual se encontra a Palestina foi palco de sucessivas conquistas imperiais, resultando na migração de diferentes povos e na expulsão de outros, como aconteceu aos judeus. Em conseqüência disto, até hoje não há acordos possíveis e definitivos ente o povo muçulmano da Palestina e os israelitas para a divisão pacifica desta terra.
A reportagem aborda tal questão além de outros temas que apontam para as estratégias de governo atuais dos políticos de Israel frente às ocupações sistemáticas as áreas de assentamentos palestinos, como a Faixa da Gaza, que é governada pelo grupo islâmico fundamentalista dos Xiitas, e a Cisjordânia, que tem o grupo político moderado, dos Sunitas. Dentro deste conflito étnico e religioso não parece haver solução plausível, uma vez que os acordos tentados são acompanhados de exigências que determinam o exercício completo do poder judaico, o que por conseguinte não pode ser aceito pelos muçulmanos, que também se vêem no direito de ter sua autonomia religiosa, política e econômica neste território.
Por ser uma reportagem dirigida ao público jovem e estudante, procura tratar das questões conflituosas do Oriente Médio com uma linguagem simplificada e um artigo composto com imagens e mapas, assim contribuindo para a construção do conhecimento dos alunos e deixando ao professor um papel interpretativo e argumentador da temática.

No livro didático História em Documentos – Imagem e Texto, 8ª EF, de Joelza Rodrigue, o poder espiritual é tratado com referencias a Força Islâmica e o Fundamentalismo no pós Guerra Fria, o que leva em consideração as distensões dos Conflitos no Oriente Médio.
O livro descreve o Islã como estrutura social que interliga a religião muçulmana com a política. Na esfera do poder político são descritas as diversas correntes de pensamento que se opõem dentro da organização política e religiosa da sociedade, além disto, há rivalidades étnicas, disputas nacionais de fronteiras e interesses econômicos e militares diversos que ocasionam os conflitos neste território.
Há ainda uma breve contextualização sobre a história da Revolução Islâmica e das relações de seu governo com outras nações do mundo Ocidental, além da URSS e Israel.
No capitulo seguinte, o livro vai tratar do Fundamentalismo e das disputas econômicas e territoriais dos diversos povos que sobrevivem nesta região, assim passa a discorrer sobre as tensões relativas ao governo de Sadam Hussein, no Iraque e Kwait e a intervenção militar americana em vista da proteção do mercado internacional do petróleo.

Patrimônio Cultural de Mogi das Cruzes


A Fotografia como suporte ao ensino de Historia
Tendo como enfoque deste trabalho o uso de imagens, neste caso a fotografia, como fonte representativa do Patrimonio Cultural de uma localidade, fizemos aqui a escolha de uma foto de singular particularidade da cidade de Mogi das Cruzes, São Paulo. Deste ponto buscaremos levantar questões a partir da análise desta fonte historica, para que enfim ela seja descontruida tornando-se objeto da compreensão de uma realidade historica distante, mas que comparativamente com a vivência atual, nos remete a pensar na formação desta comunidade, o exercício de suas forças sociais, as condições de sua população e as transformações que se apresentaram desde então.
Descrição da Imagem
Foto: A Biquinha
De Augustinas Gogelis, 1953, fotógrafo lituano, que foi convidado em 1927 a juntar-se a um grupo de universitários europeus com o objetivo de estudar o modo de vida dos brasileiros, decidindo estabelecer-se neste país após esta visita.
A foto registra o trabalho de lavadeiras que se reuniam em volta de um grande tanque construído pela prefeitura de Mogi das Cruzes, sobre uma fonte d’água que formava um lago, o qual costumava a desbarrancar em suas margens. Em volta da Biquinha aparecem varias construções de pequeno porte e desgastadas, o que simboliza as condições de carência deste bairro.
As personagens que fazem parte deste enfoque são lavadeiras humildes junto a uma garota que participa do trabalho e alguns meninos brincando de bola.
Como retrato de uma história particular este é um registro do passado de trabalhadoras humildes, entre suas moradias precárias e a forma de criação e diversão de suas crianças, feita com muito trabalho, sem modismos e tecnologias e a forma de sustento dessas famílias sem formação profissional, especialmente das mulheres.
Antigamente este era um bairro da região central, no qual viviam trabalhadores de baixa renda, hoje esta área faz parte de uma região central da cidade onde existe um intenso comércio e estabelecimentos para a prestação de serviços. A “Biquinha” ficava em frente ao local onde se encontra atualmente o Hospital Mogi D’or.
Quanto ao registro de permanências das estruturas sociais refletidas no dias de hoje, temos ainda o trabalho das lavadeiras e domésticas na sociedade atual como forma de trabalho autônomo e alternativo para as mulheres carentes e sem profissionalização, que permanece como continuo recurso utilizado pelas famílias mais abastadas de Mogi das Cruzes.
A imagem demonstra como se constituíam certa forma de trabalho de uma classe baixa que procurava manter seu sustento com a venda de sua força de trabalho, uma vez que não tinham muitas alternativas para geração de valores para sua subsistência.
É de suma importância esta imagem fotografada como Patrimônio Cultural da cidade de Mogi das Cruzes, uma vez que esta região já foi transformada com a urbanização e com este registro fotográfico podemos resgatar parte da história local.
O Córrego dos Bambus, que tinha sua nascente na “Biquinha”, foi canalizado tendo seu tanque destruído, não sendo, portanto conservado como Patrimônio Histórico; ao seu redor surgiram construções comerciais que acabaram por descaracterizar o local onde se reuniam as antigas lavadeiras e suas crianças.
Patrimônio Cultural de Mogi das Cruzes
Partindo da teoria metodológica de Patrimônio Cultural explicitada pela historiadora Yolanda Gamarra, ela descreve a cultura como:
“conjunto de características distintas, espirituais e materiais, intelectuais e afetivas, que caracterizam uma sociedade ou um grupo social (....) engloba, além das artes e letras, os modos de viver, os direitos fundamentais dos seres humanos, os sistemas de valor, as tradições e as crenças”. (Gamarra, 1998: 71; tradução livre)
Deste conceito, a foto da “Biquinha” foi escolhida como fonte histórica do Patrimônio Cultural de Mogi das Cruzes, principalmente porque faz parte de uma historia social desta comunidade, hoje desconhecida das gerações contemporâneas e somente lembrada pelos antigos moradores desta localidade.
Esta é uma fonte que retrata as condições de trabalho das mulheres de baixa renda, de origem humilde, que viviam em casebres de pouca estrutura urbanística e arquitetônica, nos arredores do centro da cidade. Estas mulheres eram prestadoras de serviços domésticos e autônomos para famílias de classe média e da elite da cidade. Como era uma época onde a tecnologia de eletrodomésticos não era desenvolvida, essas mulheres lavadeiras prestavam um serviço essencial a sociedade e se utilizavam de uma fonte límpida de água doce que vinha da nascente de um rio.
Nesta localidade as mulheres carentes além de fazerem um trabalho árduo como lavadeiras, deixavam seus filhos ao redor, envolvidos em brincadeiras diversas e no aprendizado de pequenos ofícios.
A importância deste registro está no resgate de uma identidade cultural da população desta região, levando-se em conta a formação e conseqüentes transformações sociais e urbanísticas do município.
Como a localidade da “Biquinha” não foi preservada, a fotografia escolhida é um claro registro de fonte histórica de Patrimônio Cultural que serve como importante registro a ser apresentado na educação elementar, a fim de levantar conceitos de preservação cultural do patrimônio de sua cidade, além de ressaltar o valor da historia pessoal dos alunos e de suas famílias como parte integrante da historia desta comunidade, que está em plena transformação e por isso também, tais registros pessoais conferem valor para a preservação da historia de todos os homens e de suas sociedades.
Muito além das antigas noções de Patrimônio Histórico, que buscava a preservação de documentos e monumentos com um dado valor erudito na História, a Fotografia de uma circunstancia histórica se desponta como uma valiosa fonte de Patrimônio Cultural, que assim como as fontes de historia oral das comunidades, nos revela uma realidade histórica que pode ser descortinada dentro do âmbito da identidade dos excluídos ou ainda da expressão do povo simples e trabalhador que se apresentam também como sujeitos da História, o que contribuirá para a propria identificação dos estudantes e de sua comunidade como parte formadora desta mesma História.
REFERÊNCIAS
GRINBERG, Isaac. Memória Fotográfica de Mogi das Cruzes. 1ª Edição. Mogi das Cruzes: Ex Libris, 2001.
GAMARRA, Yolanda. La Cooperación Internacional em su Dimensión Cultural y el Progreso Del Derecho Internacional. Madri: MÃE, 1998.