Fazendo História

Primeira Estação:

Convido a todos fazer parte deste passeio pela Vida, já que para fazer história é preciso ter passado pela vida e deixado sua marca. Assim, desde filósofos, políticos e mártires até escravos, indígenas e o tocador de tuba no coreto fazem parte desta viagem que quer retratar a cultura costurada durante o tempo dos Homens.
Aproveitem da viagem!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013


Eric Hobsbawn


Metamorfoses do discurso historiográfico: séculos XIX e XX
(Texto desenvolvido para discussão temática de conteúdos da pós-graduação - UNIFESP)

A escrita da historia, aqui direcionada ao âmbito dos discursos historiográficos, supõe uma análise de longa duração, que segundo o historiador Fernand Braudel, faz parte de uma necessidade de abordagem metodológica e coerente ao processo de pesquisa histórica.
Neste sentido a historiografia nos direciona a uma longa caminhada histórica de referencias e objetos de estudos precedentes ao século XIX, entretanto, conforme delimitação pretendida neste texto, fixo a análise a partir do momento de fragmentação das ciências, no século XIX, quando houve a distinção entre as ciências humanas e as ciências naturais ou físicas.

Este contexto histórico caracteriza-se pela consolidação e ampliação da filosofia Iluminista da pelas regiões do Ocidente, situação esta que fica premente desde a ascensão da burguesia como classe majoritária do poder político e econômico europeu e, mais tarde, americano.
O Iluminismo abriu portas para a assimilação da mentalidade do progresso como base parra a ordem e o sucesso das nações e até mesmo como prognóstico do ideal de futuro, como explica o historiador alemão Koselleck em sua obra “Futuro passado” ou como afirma Jacques Le Goff a respeito da memória preservada segundo valores de mentalidades especificas das épocas históricas.
A idéia de progresso foi trabalhada por diversos historiadores e economistas, no sentido de projetar às esferas sociais uma prospecção da necessidade de trabalho, do racionalismo, da ordem política, da democracia liberal e finalmente da ideologia capitalista. 
Por outro lado, dentro da historiografia, ao contrário dos parâmetros positivistas e darwinistas, presentes ainda no século XIX e inicio do século XX, desenvolvem-se também novas abordagens críticas ao ideal burguês de progresso a todo custo; neste ensejo são decisivas as teorias marxistas que comporiam um significativo grupo de historiadores com trabalhos direcionados à luta social pela consciência da classe trabalhadora e contra as injustiças da exploração capitalista. Este grupo de autores foi preponderante no século XX até meados da década de 1970.
Dentre estes autores marxistas podemos destacar E. Thompson e E. Hobsbawn e no Brasil, Caio Prado Junior e Carlos Guilherme Mota, entre outros.
Ainda no século XX temos outro paradigma historiográfico significativo para a “metamorfose” do discurso da História. Devemos citar então a Escola dos Annales, a qual fizeram parte grandes historiadores como Marc Bloch e Fernand Braudel. Esta escola nos apresentou uma revolução no ambiente da metodologia, pesquisa e objetos de estudo da História. Foram abertos, desde os anos 1930, novos campos de trabalho ao historiador, dentro de temáticas ligadas às mentalidades, ao cotidiano, à micro-história, considerando metodologias de análise do tempo de longa duração e integradas às outras ciências humanas, como antropologia, sociologia, psicologia, economia e assim por diante.
Também foram fundamentais as considerações da Escola dos Annales referente aos objetos de análise e das fontes que deveriam desde então perceber a visão dos excluídos das classes menos favorecidas pelo capitalismo. E ampliam-se os recursos de fontes históricas em áreas como a fotografia, a música, a oralidade, os artefatos cotidianos, as festas populares, e outros mais.
 Ao final do século XX, diante da crise de paradigmas historiográficos, como o Marxismo e o Estruturalismo, entram em foco novas abordagens, das quais a Filosofia Existencialista e a Escola de Frankfurt vêm contribuir para desvendar e discutir as origens e consequências do caos social decorrente das Guerras Mundiais e da premente Nova Ordem Mundial da Globalização. Neste campo de análise é importante a contribuição da autora Hanna Arendt no debate acerca do Pós-Modernismo e do sintoma de naturalização da violência ligada ao poder. Esta nova fase de autores, entre o século XX e XXI, busca problematizar a nova estruturação sócio-político-cultural do globo, com a premissa de despertar o reconhecimento social da necessidade de autonomia e  preservação das diversas identidades culturais, assim como sua proteção contra a manipulação econômica e consumista do mundo globalizado.

 

Um comentário:

  1. Em 2013 houve as manifestações populares que entraram na história, pois foi manifestações que o povo fez pedindo grandes mudanças para o Brasil.
    E depois foi percebido que a esquerda no Brasil conquistou o poder para um único propósito, locupletar-se. Mas, com o poder nas mãos o desenvolvimento foi o assumir da corrupção sem máscara, camuflagem ou coisa parecida. Foi feito até a institucionalização da corrupção para que alguns fosse beneficiados com uma grande quantidade de riquezas. Com isto, não poderia ser diferente, o Brasil entrou em uma crise nunca vista. Esta crise não era somente financeira, não era somente econômica. E também não era feita por influência externa. Desta vez esta crise foi feita pela esquerda e é uma crise ética. E esta crise se estendeu, cresceu muito, além de ser predominante na classe política, no poder executivo e legislativo. Também chegou ao poder judiciário. E com a participação de muitos empresários. E o problema que se investigar mais, vai se encontrar mais corrupção. E quando terá um fim? Acredito que não será para logo, mas este fim irá depender de nós se vai demorar muito ou vai demorar mais ainda.
    Parabéns pelo blog.

    ResponderExcluir

Deixe sua Opinião (: