(Texto
desenvolvido para discussão temática de conteúdos da pós-graduação - UNIFESP)
A escrita da historia, aqui direcionada ao âmbito dos discursos historiográficos, supõe uma análise de longa duração, que segundo o historiador Fernand Braudel, faz parte de uma necessidade de abordagem metodológica e coerente ao processo de pesquisa histórica.
Neste sentido a
historiografia nos direciona a uma longa caminhada histórica de referencias e
objetos de estudos precedentes ao século XIX, entretanto, conforme delimitação
pretendida neste texto, fixo a análise a partir do momento de fragmentação das ciências,
no século XIX, quando houve a distinção entre as ciências humanas e as ciências
naturais ou físicas.
Este contexto histórico caracteriza-se pela consolidação e ampliação da filosofia Iluminista da pelas regiões do Ocidente, situação esta que fica premente desde a ascensão da burguesia como classe majoritária do poder político e econômico europeu e, mais tarde, americano.
O Iluminismo
abriu portas para a assimilação da mentalidade do progresso como base parra a
ordem e o sucesso das nações e até mesmo como prognóstico do ideal de futuro,
como explica o historiador alemão Koselleck em sua obra “Futuro passado” ou
como afirma Jacques Le Goff a respeito da memória preservada segundo valores de
mentalidades especificas das épocas históricas.
A idéia de
progresso foi trabalhada por diversos historiadores e economistas, no sentido
de projetar às esferas sociais uma prospecção da necessidade de trabalho, do
racionalismo, da ordem política, da democracia liberal e finalmente da
ideologia capitalista.
Por outro lado,
dentro da historiografia, ao contrário dos parâmetros positivistas e
darwinistas, presentes ainda no século XIX e inicio do século XX, desenvolvem-se
também novas abordagens críticas ao ideal burguês de progresso a todo custo;
neste ensejo são decisivas as teorias marxistas que comporiam um significativo
grupo de historiadores com trabalhos direcionados à luta social pela consciência
da classe trabalhadora e contra as injustiças da exploração capitalista. Este grupo
de autores foi preponderante no século XX até meados da década de 1970.
Dentre estes
autores marxistas podemos destacar E. Thompson e E. Hobsbawn e no Brasil, Caio
Prado Junior e Carlos Guilherme Mota, entre outros.
Ainda no século
XX temos outro paradigma historiográfico significativo para a “metamorfose” do
discurso da História. Devemos citar então a Escola dos Annales, a qual fizeram
parte grandes historiadores como Marc Bloch e Fernand Braudel. Esta escola nos
apresentou uma revolução no ambiente da metodologia, pesquisa e objetos de
estudo da História. Foram abertos, desde os anos 1930, novos campos de trabalho
ao historiador, dentro de temáticas ligadas às mentalidades, ao cotidiano, à
micro-história, considerando metodologias de análise do tempo de longa duração
e integradas às outras ciências humanas, como antropologia, sociologia, psicologia,
economia e assim por diante.
Também foram fundamentais
as considerações da Escola dos Annales referente aos objetos de análise e das
fontes que deveriam desde então perceber a visão dos excluídos das classes
menos favorecidas pelo capitalismo. E ampliam-se os recursos de fontes
históricas em áreas como a fotografia, a música, a oralidade, os artefatos
cotidianos, as festas populares, e outros mais.
Ao final do século XX, diante da crise de
paradigmas historiográficos, como o Marxismo e o Estruturalismo, entram em foco
novas abordagens, das quais a Filosofia Existencialista e a Escola de Frankfurt
vêm contribuir para desvendar e discutir as origens e consequências do caos
social decorrente das Guerras Mundiais e da premente Nova Ordem Mundial da
Globalização. Neste campo de análise é importante a contribuição da autora
Hanna Arendt no debate acerca do Pós-Modernismo e do sintoma de naturalização
da violência ligada ao poder. Esta nova fase de autores, entre o século XX e
XXI, busca problematizar a nova estruturação sócio-político-cultural do globo,
com a premissa de despertar o reconhecimento social da necessidade de autonomia
e preservação das diversas identidades culturais,
assim como sua proteção contra a manipulação econômica e consumista do mundo
globalizado.
Em 2013 houve as manifestações populares que entraram na história, pois foi manifestações que o povo fez pedindo grandes mudanças para o Brasil.
ResponderExcluirE depois foi percebido que a esquerda no Brasil conquistou o poder para um único propósito, locupletar-se. Mas, com o poder nas mãos o desenvolvimento foi o assumir da corrupção sem máscara, camuflagem ou coisa parecida. Foi feito até a institucionalização da corrupção para que alguns fosse beneficiados com uma grande quantidade de riquezas. Com isto, não poderia ser diferente, o Brasil entrou em uma crise nunca vista. Esta crise não era somente financeira, não era somente econômica. E também não era feita por influência externa. Desta vez esta crise foi feita pela esquerda e é uma crise ética. E esta crise se estendeu, cresceu muito, além de ser predominante na classe política, no poder executivo e legislativo. Também chegou ao poder judiciário. E com a participação de muitos empresários. E o problema que se investigar mais, vai se encontrar mais corrupção. E quando terá um fim? Acredito que não será para logo, mas este fim irá depender de nós se vai demorar muito ou vai demorar mais ainda.
Parabéns pelo blog.