Fazendo História

Primeira Estação:

Convido a todos fazer parte deste passeio pela Vida, já que para fazer história é preciso ter passado pela vida e deixado sua marca. Assim, desde filósofos, políticos e mártires até escravos, indígenas e o tocador de tuba no coreto fazem parte desta viagem que quer retratar a cultura costurada durante o tempo dos Homens.
Aproveitem da viagem!

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Immanuel Kant



Immanuel Kant (1724 –1804)

Foi um filosofo alemão adepto dos ideais iluministas e renomado professor de Lógica e Metafísica da Universidade de Konigsberg. Como homem, era celibatário, de hábitos rígidos, disciplinados, regulado como um relógio mecânico.

Kant pronunciava-se contra toda situação de opressão monárquica em que vivia a Alemanha: com guerras constantes, disputas pela nobreza, censuras, crueldade com os rivais e sem uma lei consciente.

Foi este um dos motivos que o levaram a formular uma filosofia ética para o governo das nações, que pudesse alcançar o bem a todos os homens. Por isso, afirmava que a “Autonomia é, pois o fundamento da dignidade da natureza humana e de toda a natureza racional”.

Definiu o Iluminismo como o movimento que visa fazer os homens pensar por sua própria conta e risco, a fim de se emancipassem, que se tornassem verdadeiramente adultos, seres humanos por inteiro e não ovelhas mansas tuteladas, condenadas a repetir com balidos ou com o sacudir das cabeças, o que os sacerdotes e governantes lhes impusessem.

Para Kant, seguindo a moral de Rousseau, os seres humanos eram aptos ao aperfeiçoamento ético, de aprimoramento moral, de sensibilidade a uma evolução gradual, da rusticidade para etapas cada vez mais superiores de civilização, desde que se livrassem das hipocrisias e seguissem seus sentimentos de acordo com a natureza.

John Locke, dizia que para obter a autonomia o homem tinha de tomar consciência da propriedade de seu próprio corpo, que ele não era um escravo.

O ser autônomo kantiano é levado a agir moralmente de acordo com um Imperativo Categórico, isto é, de modo que a sua ação “possa elevar-se a uma lei de observância universal”.

A Revolução Francesa veio afirmar tais conceitos, promulgando que a lei dos governos era um direito do povo, e não do príncipe, em estabelecer leis segundo suas vontades.

Kant era defensor da forma republicana de governo, não como numa democracia, mas sim com um sistema de divisão de governos conforme sugeriu Montesquieu, em 1748, em o Espírito das Leis, onde o governo devia ter um regime constitucional com três poderes, o legislativo, o executivo e o judiciário que pudessem ser equilibrados.

Para Kant, os homens são determinados por leis naturais que são compatíveis as leis universais de funcionamento do Universo, segundo as teorias de Newton. Assim o homem devia seguir este ordenamento fantástico do Universo, que vinha uma ordem divina passível de ser entendida pelo homem através da Razão. Para ele, detrás da aparente irracionalidade do mundo, havia “um plano da natureza para a evolução dos homens”

Kant via a sociedade como um Universo desordenado, desta forma sua filosofia política tinha o fim de corrigir a desordem terrena das nações, adequando-as a um funcionamento perfeito conforme o mundo desvendado por Newton. Ele acreditava no progressivo avanço ético dos seres humanos, de sua inabalável fé no aperfeiçoamento constante de todos rumo a etapas superiores de moralidade.

Em 1795, Kant lançou um projeto que visava estabelecer a paz perpetua entre os povos europeus, e depois espalhá-la pelo mundo inteiro.

O velho professor, sempre pontualíssimo em suas caminhadas cotidianas, num determinado dia, não se contendo, saiu às ruas uma hora antes do habitual. Foi assim que a população da cidade se inteirou da eclosão da Revolução Francesa. O filosofo exultou, apesar dos horrores provocados pelo terror jacobino, ele continuava simpático ao movimento, pela simbologia da libertação, da legislação comum a todos e pelo principio de igualdade anunciado.

Se há um livro que marcou época foi a Critica da Razão Pura. Em seus estudos buscava entender as formas de se atingir o conhecimento, que para Kant, dependia da analise critica que brota da própria razão. O conhecimento para ele, não é mero reflexo dos objetos, ele é parte do sujeito, da mente humana que produz a imagem das coisas e as organiza para explicar o universo.

Assim Kant criava as bases para o “idealismo alemão”. Dizia que só conhecemos os fenômenos e não as coisas em si, explicando, só abarcamos conhecimentos matemáticos e científicos, pois não somos capazes de conhecer Deus – que pertence ao nível das “coisas em si”.

Em a Critica da Razão Pratica, o filosofo indica como agir corretamente: “Age de maneira tal que a máxima de tua ação sempre possa valer como principio de uma lei universal”. Assim ele definia o seu Imperativo Categórico.

O ser humano só age com autodeterminação se é guiado pela moral e pela razão, e não por instintos, pelos sentidos e pelas necessidades. A liberdade não significa a queda de todas as barreiras, mas sim a obediência a regra moral ditada pela própria consciência.

Em seus textos filosóficos sobre historia e política, inspirados nos ideais da Revolução Francesa, Kant aborda a esperança em relação à liberdade exterior e ao Direito. Neste sentido Kant prega a divisão de poderes dos Estados, como base legal para a convivência entre os povos e uma liga mundial em prol da paz – ideais que só se concretizaram no século XX, com a criação da ONU.

A importância de Kant foi de ter mudado radicalmente os conceitos da filosofia, sendo considerado assim o maior filosofo do Iluminismo.

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